DICAS DE COMO PLANEJAR UMA
APOSENTADORIA COM MAIS DINHEIRO
Ainda que seja
doloroso separar uma fatia do salário todos os meses para ser gratificado daqui
a 30, 35 anos – em especial para jovens em início de carreira, que soltam rojão
por qualquer R$ 50 a mais, ainda não foi inventada melhor forma de planejar a
aposentadoria.
Quem guarda R$ 200 mensais a partir dos 21 anos terá uma renda vitalícia de R$ 1,6 mil ao chegar aos 55 anos, considerando uma rentabilidade conservadora e já descontada a inflação – ou poderá optar por sacar R$ 368 mil de uma vez.
Se a aposentadoria
for planejada 10 anos depois, será necessário guardar R$ 500 por mês para um
benefício similar.
- O segredo está
nos juros compostos: quanto antes se começa a
poupar, mais tempo o dinheiro terá para render sobre uma acumulação cada vez
maior de recursos – explica Sandro Bonfim, superintendente de produtos da
Brasilprev, plano de previdência aberta do Banco do Brasil.
O ideal é
inaugurar uma previdência com um depósito inicial gordo, que seja o trampolim
para as primeiras contribuições. Se depositar R$ 3 mil na hora de contratar o
plano, a aposentadoria mensal irá pular para R$ 1,8 mil ao final do período de
30 anos.
A decisão de
começar uma previdência, que no caso dos trabalhadores assalariados será
complementar ao benefício oficial, é o primeiro passo. Mas ainda será preciso
escolher entre as opções para investir e as tabelas de tributação, além de
comparar custos.
São etapas que
exigirão cálculos e pesquisa, mas podem fazer a diferença entre um plano de
previdência que abra o caminho para um futuro de sombra e água fresca, e um que
naufrague as economias na lama do baixo rendimento.
Mas, qual o tipo de plano de previdência privada é o
melhor?
Vida
Gerador de Benefício Livre (VGBL)
Modalidade
indicada para quem declara o Imposto de Renda simplificado ou é isento. Não é
possível deduzir os aportes na declaração. No entanto, no momento do
recebimento do benefício, o IR incide apenas sobre os rendimentos, e não sobre
o valor total aplicado.
Plano
Gerador de Benefício Livre (PGBL)
Recomendado para
quem declara o Imposto de Renda pelo formulário completo. O poupador pode
deduzir anualmente as contribuições, até o limite de 12% da renda. Dá um fôlego
para quem deposita, no entanto o IR incidirá, no momento do resgate, sobre o
valor total acumulado.
Qual regime de
tributação é o mais indicado?
Progressivo
Progressivo
A tributação será
de 15% na fonte. O valor dos resgates poderá ser compensado na declaração
anual, conforme a tabela de desconto progressivo do IR. É indicado para quem
efetua contribuições em plano de previdência com visão de curto prazo, está
perto de usufruir da aposentadoria ou terá benefício inferior à faixa de
isenção do IR.
Regressivo
Há vantagem
tributária se o investimento for de longo prazo, pois a alíquota cai ao longo
do tempo – após 10 anos, fica em 10%. Nesse caso, não há a possibilidade de
compensar os valores na declaração anual do IR, pois a tributação é definitiva
e na fonte.
Além dos planos
privados, existem outras opções para complementar a aposentaria. Saiba quais:
1. Renda fixa
Opções de renda
fixa de longo prazo podem ser vantajosas, em razão das baixas taxas de
administração e da ausência da taxa de carregamento – percentual cobrado cada
vez que é feito um aporte na conta.
- É preciso
calcular se o benefício com a dedução do Imposto de Renda na previdência não é
anulado pela taxa de administração dos fundos. O melhor pode ser criar uma
reserva por conta própria – explica Samy Dana, especialista em finanças da Fundação
Getulio Vargas.
2. Tesouro direto
Uma oportunidade
cada vez mais procurada são os títulos de Tesouro Direto, com taxas de custódia
e corretagem que não chegam a 1% ao ano. O risco é relativamente baixo, pois a
garantia é o próprio Tesouro Nacional. A mesma quantia investida mensalmente em
títulos públicos pode render mais que a média dos planos de previdência, em
especial as opções VGBL, em que a contribuição não pode ser deduzida do Imposto
de Renda.
Como há opções de
papéis do governo com vencimento em longo prazo, alguns com mais de 20 anos,
eles se encaixam em investimentos focados no retorno futuro, na hora de se
aposentar.
- O desafio, no
caso do Tesouro, é ter disciplina para investir mensalmente e não colocar a mão
no dinheiro antes da hora prevista – destaca Samy.
3. Investimentos imobiliários
Um apartamento
alugado pode render de 0,3% a 0,4% do seu valor, mensalmente. Imóveis mais
próximos a regiões centrais da cidade costumam ter mais procura, aumentando a
chance de uma remuneração permanente, afinal, quando fechados, além de não render,
há despesas de condomínio para pagar. Porém, é preciso ficar atento ao dinheiro
investido, que pode ter perdas com a depreciação do apartamento ou da região
onde está localizado.
Mas há uma
diferença elementar na formação do patrimônio: enquanto investimentos em renda
fixa e planos de previdência privada absorvem aplicações mensais, a compra de
um imóvel é vantajosa quando é feita à vista. Comprado por financiamento, o
ganho futuro pode mal compensar o juro da parcela.
- Taxa de
administração pode corroer o ganho.
O ano passado foi
ruim para os planos de previdência. Com a bolsa de valores em queda e a renda
fixa muito próxima da inflação, os investimentos dos fundos de previdência
deram prejuízo em alguns meses, espantando clientes mais afoitos.
A captação líquida
(diferença entre depósitos e retiradas) caiu 20,8% em 2013, depois de dois anos
em alta, conforme a Fenaprevi, entidade que representa seguradoras e entidades
abertas de previdência complementar. A situação melhorou neste ano: a
previdência fechou abril com R$ 6,7 bilhões em novos depósitos, alta de 15,47%
em relação a março.
- A previdência
tem que ser olhada no longo prazo, quando a remuneração é quase imbatível –
afirma Sandro Bonfim, superintendente da Brasilprev.
Para fazer a
melhor escolha, especialistas em finanças sugerem observar quanto as empresas
cobram para cuidar do seu dinheiro. Se a taxa for de 3% ao ano e a inflação
chegar a 4,5%, por exemplo, será preciso que a rentabilidade do fundo supere
7,5% só para evitar perda do poder de compra. E ainda há a taxa de
carregamento, que incide sobre o valor investido, e, em alguns casos, taxa de
retirada.
- Muitas vezes, o
cliente não é informado de todos os custos do plano. O risco é ir depositando
e, lá na frente, perceber que perdeu dinheiro – explica Pedro Von Ameln
Ferreira e Silva, advogado previdenciário do escritório RMV.
Em fundos
fechados, restritos a empregados ou membros de associações, por exemplo, há
vantagem quando a empresa faz uma contrapartida aos depósitos dos funcionários.
Nesses casos, conforme os especialistas, é importante acompanhar o estatuto e
os balanços para saber como o dinheiro está sendo investido.
FONTE: Zero
Hora
Escrito
por Patrícia Sales em 16/07/2014
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